8.9.11

Ausências que preenchem lacunas





Ontem, feriado da Independência, vários protestos contra uma praga endêmica, que devasta o Brasil há séculos, tiveram lugar em várias cidades do país. Diversos cidadãos brasileiros se encarregaram de dar seu basta à corrupção, que toma conta de nossas instituições e macula a democracia. Só que algumas ausências foram marcantes, apesar de, a essa altura do campeonato, terem sido até esperadas.

Refiro-me àqueles movimentos ditos sociais, às organizações estudantis e aos grupos que costumavam aparecer em tudo que era tipo de protesto anticorrupção até 2002. Só que, desta vez, eles estavam ocupados - como estão desde 2003, ressalte-se. Depois de gritar durante 18 anos (cinco de Sarney, cinco de Collor-Itamar e oito de FHC), esses grupos se beneficiam das benesses dadas pelo governo Lula (2003-2011) e não querem largar o osso durante o mandato de Dilma - haja vista a quantidade de ministros demitidos por envolvimentos escusos durante esses nove primeiros meses de governo.

Ou seja: a corrupção grassa da mesma forma do que em todos os governos anteriores ao de Lula (talvez até mais!) e os tais movimentos, nem aí. É como se fosse um universo paralelo o que separa os governistas dos que apenas querem uma vida mais digna. UNE, CUT, MST e quejandos não deram as caras nos protestos de ontem pelo simples fato destes não despertarem neles o mínimo interesse. Afinal, não receberiam quaisquer benefício$ em troca. Ou seja: segundo a ótica deles, corrupção só se for a cometida pelos outros. Pra eles, seria uma espécie de "pagamento de dívidas históricas".

Mas a esperança de tempos melhores está nas mãos daqueles cidadãos comuns, bem esclarecidos, que estão cansados de presenciar atos desonestos a olhos vistos e resolveram arregaçar as mangas e trabalhar por conta própria, sem depender de líderes ou políticos aproveitadores. Está com esses abnegados o futuro do Brasil.

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