8.5.11

O mais "republicano" de todos os democratas




Veja o que o poder é capaz de fazer com as pessoas. Quando foi eleito presidente dos Estados Unidos em 2008, Barack Obama era visto como a então perfeita antítese do então governante George W. Bush, ou seja, a semirreencarnação do Messias que resolveria todos os problemas do planeta num só estalar de dedos assim que tomasse posse. Durante a campanha, Obama prometeu retirar gradativamente as tropas do Afeganistão e do Iraque e fechar a prisão de Guantánamo, em Cuba. Como percebemos, nada disso aconteceu. Pelo contrário: ficou ainda mais intenso depois que Obama tomou posse. Mas sobre isso ninguém fala. Por muito menos que Obama faz atualmente, Bush (2001-2009) se tornou o mais impopular presidente da história norte-americana, batendo de longe os governos de Richard Nixon (1969-1974) e Jimmy Carter (1977-1981).


Em 2003, ano da invasão anglo-americana ao Iraque, a maior parte da população mundial achava um absurdo a reeleição de Bush, um ano mais tarde. Mas ela aconteceu, e até com certa folga. Agora, um ano antes de nova eleição presidencial nos Estados Unidos, acham até natural que Obama seja reeleito - principalmente devido à morte de Osama bin Laden. Fico me perguntando: fosse Obama o típico WASP, seria esse assunto sendo discutido a pleno?


O fato mostra também como certos assuntos andam sendo encarados como demonstrativos de correção política. Poucos discutem que, fora o sucesso da operação que resultou na morte de Bin Laden, o governo Obama está sendo um fracasso em todos os aspectos. A falta de discussão sobre isso pode ser um temor de acusações de racismo por parte dos críticos de Obama. Há também teorias que dão conta de que Obama teria dado a ordem para matar Bin Laden para desviar as atenções sobre suspeitas de que não teria nascido em território norte-americano. Outras dizem que é proposital a pouca quantidade de informações sobre a morte do líder terrorista: elas seriam reveladas de forma gradual, à medida que as eleições de 2012 vão se aproximando. Enfim, político é político em qualquer lugar do planeta.

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