23.12.10

De cérebros e caracteres


  • Filme: A Rede Social (The Social Network, Estados Unidos, 2010)
  • Direção: David Fincher
  • Elenco: Jesse Eisenberg, Andrew Garfield, Justin Timberlake, Armie Hammer, Max Minghella, John Getz, Rashida Jones, Rooney Mara

As primeiras cenas de A Rede Social são bem representativas de como andamos tão frenéticos dentro de nossas cabeças, de tantas informações adquiridas em pouco tempo de vida sem ter o escopo necessário para ordená-las: uma conversa entre o protagonista e sua namorada, em que ele não para de falar um só instante sobre os mais variados assuntos da maneira mais aleatória possível, é a mais perfeita alegoria da juventude dos dias de hoje. A namorada fica cheia disso, termina o namoro e ele decide se vingar esculhambando-a em seu blog. Depois disso, decide criar um site para comparar a beleza das estudantes universitárias. A rede entope e cai em plena madrugada. O jovem gênio informático se torna uma revelação e é convidado por outros estudantes para uma parceria, a criação de algo novo na Internet. Tá, eu sei, esse parágrafo é meio confuso. Mas é assim mesmo que a coisa se desenvolve no filme, com uma rapidez digna de processador de última geração. E o espectador entende perfeitamente, desde que preste atenção. Mas a questão não é bem essa.

O filme conta a história da criação do Facebook segundo o roteiro baseado no livro Bilionários por Acaso, de Ben Mezrich (adaptação de Aaron Sorkin). O livro é conhecido por pintar um retrato nada lisonjeiro da criação do que é, atualmente, o maior portal de relacionamento da Internet mundial, com mais de meio milhão de usuários espalhados por todo o planeta, e que fez de seu criador e acionista majoritário, Mark Zuckerberg, o mais jovem bilionário do mundo. O filme mostra que várias pessoas, às vezes, se abdicam de valores morais para conquistarem o que querem, mesmo se vendo forçadas a fazer isso. Cabe ao espectador ver o filme e julgar por si.

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