13.7.10

2014 COMEÇOU ANTEONTEM. E VAI PASSAR POR OUTUBRO DESTE ANO



Quando o árbitro inglês Howard Webb apitou o final da decisão da Copa do Mundo de 2010 no Soccer City de Johanesburgo, em que a Espanha derrotou a Holanda por 1 a 0, todos os olhos do mundo se voltaram para o Brasil. Não deixa de ser uma preocupação para nós, já que a FIFA demonstrou estar escaldada com os problemas que a África do Sul teve para sediar o último Mundial e impaciente com os preparativos do Brasil para fazer o próximo.

A impressão que se tem é de que todos os envolvidos parecem preocupados com toda a infraestrutura (estádios, hotéis, estradas, aeroportos... Aliás, quando se dá razão ao presidente da CBF em alguma coisa, é sinal de que a coisa não anda lá uma maravilha) que cerca a organização de um evento como a Copa do Mundo, exceto o presidente Lula. Em mais uma demonstração de autoconfiança, rebateu os que estão receosos de que o atraso prejudique o Mundial, chegando a dizer que voltaria nadando para casa se o Brasil não tiver condições de sediar a Copa. Além disso, pode ser aprovada uma medida que autoriza que as doze cidades que sediarão as partidas se endividem além do que permite a Lei de Responsabilidade Fiscal, abrindo caminho para aquilo que todos nós conhecemos.

Vejamos só: o Brasil foi confirmado sede em outubro de 2007, e até agora nada de relevante foi feito. Para termos uma ideia, a cidade do Rio de Janeiro foi eleita sede das Olimpíadas de 2016 quase dois anos depois e seu comitê organizador já tomou mais providências nesse período de nove meses do que o da Copa fez em quase três anos!

No meu entender, 2014 "começou" no último domingo, embora já devesse ter começado no exato instante em que o presidente da FIFA, Joseph Blatter, anunciou o país-sede. O secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, demonstrou conhecer bem o jeito brasileiro de empurrar as coisas com a barriga ao criticá-lo dizendo que os organizadores brasileiros "estão esperando as eleições deste ano, embora depois tenham Natal, Ano Novo e Carnaval". Enquanto o atual governo estiver bravateando sobre a Copa do Mundo e preocupando-se em reeleger sua sucessora, sinto que muito pouco ou nada mudará.

Lembram da correria (seguida do tão conhecido superfaturamento de obras) que houve no Rio, nos meses anteriores aos Jogos Pan-Americanos de 2007 (e, mesmo assim, porque o governo estadual recém-empossado era aliado do governo federal)? Pois é. É só multiplicarmos por 12 que saberemos o que irá acontecer daqui a quatro anos, se nada for feito pelo nosso eleitorado em outubro próximo. Não só nas próximas eleições, mas além delas, com a opinião pública exigindo profundas mudanças na maneira de conduzir as coisas - principalmente nos bastidores do nosso futebol.

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