7.4.10

SEMPRE PODE PIORAR



Como sabemos, o Rio de Janeiro sofre as mais intensas chuvas em 44 anos. Em dois dias de temporais, já são mais de 100 mortos e milhares de desabrigados. A população, como sempre ocorre em fatos como esse, cobra das autoridades estaduais e municipais providências para conter a tragédia, que fez com que o Rio parecesse ter sido atingido por uma tsunami. É uma prova de fogo para o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB), que tentará a reeleição e é apontado como o grande favorito - ainda mais com a crise na aliança que pretende apoiar o deputado federal Fernando Gabeira (PV), que se recusa a ter na coligação o ex-prefeito carioca Cesar Maia (DEM), pré-candidato ao Senado; muitos condicionam a aliança nacional do antigo PFL com o PSDB e o PPS, no apoio ao pré-candidato José Serra à presidência da República, à aliança fluminense.

O atual prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), vem demonstrando maior preocupação, considerando-se as seguidas declarações à imprensa acerca da catástrofe. O governador parece mais passivo, assim como o prefeito da cidade com o maior número de vítimas fatais, o niteroiense Jorge Roberto Silveira (PDT). Sabe-se que Cabral aparenta querer fazer sua campanha quase que no piloto automático, mas não é bom ele se descuidar - afinal, há populistas (tipo político à solta no estado do Rio, desde sempre) à espreita. Além do próprio Cabral, deverá declarar apoio à candidatura de Dilma Rousseff (PT) à presidência da República o ex-governador Anthony Garotinho (PR). Se Cabral não se cuidar e Gabeira não crescer, periga Garotinho acabar voltando ao Palácio Guanabara. Basta lembrar do que acontecia na época em que ele (1999-2002) e sua esposa Rosinha (2003-2007) mandavam e desmandavam por lá - populismo desenfreado, qualquer coisa a um real, semiproselitismo religioso, falta de segurança crônica nas ruas... Agora, imaginem isso tudo com Dilma na presidência. Seria o pior dos mundos, tanto nacionalmente quanto estadualmente.

A situação atual é difícil. Mas lembrem-se, eleitores brasileiros e, em particular, fluminenses: sempre pode piorar.

Nenhum comentário: