10.4.10

O "SOCIALISMO MORENO", ENFIM, MOSTRA A SUA CARA



A tragédia que se abateu sobre a cidade de Niterói, governada pelo mesmo grupo político (chefiado pelo atual prefeito, Jorge Roberto Silveira, que está em seu quarto mandato) desde 1989, escancarou algo que atinge há décadas a cidade vizinha, o Rio de Janeiro, e mostra a cara agora na antiga capital fluminense: o famigerado populismo que é aceito passivamente por grande parte do eleitorado do estado do Rio.

Desde a época de Chagas Freitas (1979-1983), segundo governador fluminense após a fusão (tinha sido governador da Guanabara entre 1971 e 1975), há fortes tendências populistas passando pelo Palácio Guanabara - mas foi com o nada saudoso Leonel Brizola (1983-1987 e 1991-1994) que isso ficou ainda mais evidente. Durante os governos do líder pedetista, a favelização (que já era um problema no Rio) se espalhou ainda mais pela Região Metropolitana. Aliás, os políticos encontraram um filão inestimável através das favelas, com a grande possibilidade de angariar mais votos. E isso veio através do "socialismo moreno" tão propalado por Brizola e seu vice no primeiro mandato, Darcy Ribeiro.

Vários políticos da região beberam na fonte do brizolismo para se dar bem na política fluminense - entre eles, os ex-governadores (e ex-prefeito da capital entre 1989 e 1993) Marcello Alencar (PSDB, 1995-1999), Anthony Garotinho (PDT/PSB, 1999-2002) e Rosinha Matheus (PSB/PMDB, 2003-2007), e o ex-prefeito do Rio, Cesar Maia (PMDB/PFL, 1993-1997 e PTB/PFL-DEM, 2001-2009). Coincidência ou não, o problema da favelização ficou ainda pior com os filhotes do brizolismo no poder. É isso que acontece em Niterói, com o grupo de Jorge Roberto Silveira (1989-1993, 1997-2002 e desde 2009), com a ajuda do também pedetista João Sampaio (1993-1997) e, mesmo tendo se desentendido no meio do mandato, o petista Godofredo Pinto (2002-2009). Durante esses mandatos todos, foram feitas melhorias (saberia-se depois, de fachada) no Morro do Bumba, onde até 30 anos atrás estava um imenso depósito de lixo... Deu no que deu, como pudemos perceber, da pior maneira possível, nesta semana.

Que a tragédia (mais uma!) fique na memória dos eleitores fluminenses para a eleição de outubro. Se bem que, considerando-se o retrospecto do eleitorado do estado do Rio, acho muito difícil isso acontecer.

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