8.3.10

NO PEITO (OPS!) E NA RAÇA



A entrega do Oscar 2010 foi marcada pelo ineditismo, mas não pela surpresa - afinal de contas, Guerra ao Terror, de Kathryn Bigelow (a primeira mulher a ganhar o prêmio de direção), vinha ganhando prêmios a rodo nas premiações preliminares, mais do que o visualmente espetacular Avatar, de James Cameron (ex-marido de Bigelow).

É a consagração de um cinema mais autoral em detrimento ao cinema de espetáculo, que vinha prevalecendo nos últimos anos. A prova disso é a diversidade de categorias em que o filme ganhou: melhor filme, direção, roteiro original, montagem, edição sonora e mixagem sonora - o dobro de Avatar, que levou os de fotografia, direção de arte e efeitos visuais.

Justos, segundo dizem, os prêmios dados às atuações de Jeff Bridges (melhor ator por Coração Louco), Sandra Bullock (melhor atriz por Um Sonho Possível) e Mo'Nique (melhor atriz coadjuvante por Preciosa, que também ganhou o prêmio de roteiro adaptado). Mas o mais justo dos prêmios de atuação foi para o austríaco Christoph Waltz, por Bastardos Inglórios - filmaço que, a bem da verdade, merecia ganhar muito mais que apenas este Oscar na noite de domingo.

Boa surpresa e muito elogiado o prêmio de melhor filme estrangeiro dado ao argentino O Segredo dos Seus Olhos, de Juan José Campanella, derrotando o favorito alemão A Fita Branca, de Michael Haneke. Comprova a excelente fase do cinema dos nossos vizinhos, que ganharam seu segundo Oscar na categoria, o primeiro após A História Oficial, em 1986. No mais, não houve surpresas.

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