11.5.08

LITTLE OBAMA PEACE AND LOVE



Está praticamente garantido que o senador Barack Obama será o candidato do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos, superando a também senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton. Como escrevi aqui anteriormente, algumas características da pré-candidatura obamista lembram, em alguns aspectos, candidaturas recentes aqui no Brasil. Principalmente a de 2002, que elegeu Lula presidente pela primeira vez.

A exploração da esperança em tempos melhores é uma dessas características. Em comum, Lula e Obama têm a origem humilde e o apoio de vários setores populares. Além disso, ainda há a possibilidade de os Estados Unidos elegerem o primeiro presidente de origem negra, o que atrai a atenção e a simpatia de muitos eleitores, e também de grande parte do planeta. Em suma, Obama virou o favorito dos que querem "mudanças radicais". Mas muita coisa ainda está envolta em mistério. Por exemplo, as origens religiosas do candidato, que contam muito numa eleição presidencial norte-americana. O envolvimento com o pastor Jeremiah Wright, visto como radical, complicou em muito a pré-candidatura de Obama em alguns momentos. A ascendência muçulmana da família queniana do senador também é levada em consideração algumas vezes.

Mas a grande questão diz respeito ao próprio Partido Democrata, visto como liberal, em contraponto ao Partido Republicano, mais conservador: o fato de a atual oposição ser mais protecionista, a ponto de o governo brasileiro, mais identificado ideologicamente com os democratas (embora algo mais em comum com os tucanos, que se relacionaram bem com o governo de Bill Clinton), preferir - mesmo que de forma discreta - a eleição do candidato da situação, John McCain. Afinal, alguns acordos bilaterais foram feitos entre os governos de Lula e George W. Bush.

De todo modo, sendo eleito McCain ou Obama, uma coisa é certa: as esquerdas continuarão a odiar os Estados Unidos com todas as suas forças. Mesmo com elas torcendo enlouquecidamente pela vitória de Obama, por representar, em versão Hemisfério Norte, "a esperança que venceu o medo". O meu temor, porém, é de que uma hipotética vitória de Obama represente ainda mais medo, do que possa vir no futuro. Afinal, um Obama presidente certamente não irá querer contrariar eleitores pretensamente sedentos de paz, principalmente depois de oito anos de governo Bush. Há a expectativa de que ele, por exemplo, afrouxe na questão iraniana, pelo que demonstrou nos debates entre pré-candidatos. E isso não é bom. Imaginem no que possa, por exemplo, fazer na questão Israel-Palestina, fundamental nos dias de hoje.

Além disso, há que se respeitar uma certa liturgia do cargo. Pode ser pretensão minha de adivinhar o futuro ou pura paranóia de minha parte, mas o fato é que, se por aqui Lula e seus aliados aprontam poucas e boas, não quero imaginar o que Obama não faria em escala mundial. É o caso de uma Regina Duarte de Hollywood, desde já, afirmar com toda a certeza: I'm afraid.

Um comentário:

Blogildo disse...

Esse cara vai perder. Duvido que os americanos votem num Hussein! hehehe!